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ARTE LIVRE


Há muito mais coisas entre a casa e o escritório do que se pode imaginar. É tempo de deixar as quatro paredes para trás e sair para ver o sol. Nessa época, a cidade ganha outros ares. Com os ponteiros do relógio girando mais lentamente, ganhamos a possibilidade de descobrir coisas novas mesmo que elas já estejam por ali há muito tempo. Nós somos treinados constantemente para pensar no futuro, olhar para o futuro. Frases como “cabeça erguida”, “olhe para frente”, “olhe para o alto” e “mire o horizonte” são constantemente ditas como forma de estímulo e progresso. Mas, dessa forma, nos esquecemos de olhar para perto, para os lados e, porque não, para baixo.

Há mais de uma década que vivo na chamada Cidade Maravilhosa. Já subi no Pão de Açúcar, olho para o Cristo Redentor quase todos os dias a caminho de casa, o Morro Dois irmãos e a Lagoa de Rodrigo de Freitas são meus vizinhos… Achava que conhecia o Rio como a palma da minha mão. De nomes de ruas à pontos turísticos, me dizia uma quase “GPS” do turismo carioca. Mas essa semana, descobri que Shakespeare estava certo em sua filosofia. O poeta ficaria encantado se descobrisse que hoje a filosofia está estampada até no chão. Isso mesmo! Mais precisamente, no asfalto das cidades.

Vida. Cansada de correr “indoor”, fechada na academia, fui desbravar os “runner’s points” da cidade: o calçadão das praias e da Lagoa. Nem preciso dizer que o visual é arrasador. Mas o que chamou mais a minha atenção não foi o que estava ao meu redor, e sim o que passava sob meus pés. À medida que os quilômetros avançavam, arte e poesia surgiam no chão. As imagens iam se sucedendo como num filme mudo, quando aparece aquelas cartelas escritas com as falas e emoções dos personagens. Fui pesquisar e descobri um movimento interessante nas redes sociais que só comprova que olhar para baixo também pode ser sinônimo de alegria e bem estar. O #Riofloors e o #ChãodoRio trazem lindas imagens de diferentes pisos da cidade. Poético e democrático, qualquer pessoa pode participar. Vale a pena dar uma olhada. É só procurar pela hashtag.

Social. Outra iniciativa muito interessante, mais social do que poética, mas com muita arte envolvida, é o “Arte na Faixa”, que começou em Curitiba e subiu o mapa. Cidades de Minas Gerais e do Rio de Janeiro já aderiram ao projeto. Imagens com mensagens de atenção são grafitadas em faixas de pedestre com o objetivo de orientar a população para que a travessia seja feita no lugar certo e em segurança. Depois que descobri esse grande museu a céu aberto que são as cidades, fiquei mais atenta para o novo e já descobri obras incríveis por aí. Bem em frente a minha janela fica exposto o mais alto grafite do Rio, com 75 metros de altura por 10 de largura. Foi obra do artista plástico Toz para o projeto Marina Art Wall que consumiu mais de mil latas de spray.

O cotidiano banalizado faz da nossa cidade um lugar comum. Não prestamos mais atenção nas pequenas transformações que acontecem ao nosso redor. Apenas um olhar diferente pode tornar o “caminho da roça” uma nova cidade a ser descoberta. A arte saiu das telas dos museus e está em todo lugar. Antes de sair de casa, aproveite para conferir a exposição virtual do #artenafaixa

Bom passeio!

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