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OS SABORES DO BRASIL


Geovanna Tominaga no mercado Ver-o-Peso, Belém/PA

Nesta semana, estréia meu novo programa, a série “Mercados”, na TV BRASIL. A cada sábado vamos acompanhar uma capital do país. Foram quatro meses de viagens e 13 mercado municipais. A gravação foi “a jato”, mas delicioso! Descobrir o Brasil através de seus sabores e alimentos foi uma experiência bem diferente. Vi nas coisas mais simples quanta história existe por trás de um simples prato. O Brasil é um pais muito grande em seu território e muito rico em seus costumes. A influência dos diferentes povos desde a sua formação, fez surgir um cardápio vasto e variado, e bem característico em cada uma das cinco regiões do nosso pais.

OS SABORES DO BRASIL Apesar das diferenças regionais, dá pra apontar produtos que representariam bem o Brasil em qualquer lugar do mapa: a mandioca e as pimentas. Eu nem sei dizer quantos tipos de farinhas e subprodutos dessa raiz eu encontrei nessas viagens. Só do Nordeste, trouxe 5 quilos de tipos variados para o Edu preparar suas farofas deliciosas. Farofa Uarini, ou ovinha, já ouviu falar? É um tipo de farofa feita de forma artesanal pelos índios moradores da cidade de Uarini, no interior do Amazonas. Ela é amarela, redondinha e dura. Aprendi com o chef que se deve hidratar essa farinha antes de prepará-la. Quantos tipos de farinha você conhece? Pois nós produzimos mais de 18 tipos no Brasil.

Outro produto queridinho é a pimenta. Em todos os lugares por onde passamos, ela esteve presente, ora como acompanhamento, ora como destaque no prato principal. A pimenta é marca registrada da cozinha brasileira. Não dá pra imaginar um prato baiano, ou uma feijoada sem a famosa pimentinha. Há quem não goste da ‘picância’, mas não dá para negar que o brasileiro adora esse sabor mais ‘caliente’. Registros indicam que a pimenta já era usada há 9.000 anos atrás, no México. Aqui no Brasil, os índios cultivavam e usavam na alimentação desde antes do descobrimento. Os escravos africanos trouxeram as suas da África, e os colonizadores desembarcaram de suas caravelas algumas que eles traziam das Índias, como a pimenta-do-reino que um dia já teve valor de moeda de troca. Daí, a expressão “pagar em espécie”. A maioria das espécies vem das Américas. No mundo, existem mais de 150 variedades, mas é sabido que muitas ainda nem foram descobertas.

Por aqui, elas nascem na região amazônica e se espalham pelo pais. Cada região tem a sua preferida. Mas, de quantas você consegue se lembrar? No Mato Grosso do Sul, conheci um culinarista que trabalha catalogando pimentas brasileiras e nem ele soube dizer precisamente quantos tipos nós temos por aqui. Cumari, Cambuci, Cabacinha, Biquinho, Dedo-de-Moça, De Cheiro, Mulata, Murupi, Malagueta, Piquim, Japonesa, Jalapeno e por aí vai… São tantas que fica até difícil escolher qual levar pra casa.

Conheci índias que cultivam a “cumari” numa tribo próxima à capital pra vender no Mercadão da cidade. Em tupi, cumari significa “alegria do gosto”. Então, para eternizar essa experiência, trago na bagagem aquela que representa muito bem o cerrado brasileiro: a pimenta “bodinho”. Ao final dessa viagem gastronômica, volto carregada de sabores e histórias. Excesso de bagagem assim, sempre vale o preço.

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